Uma versão de Pinóquio, de Carlo Collodi, adaptada pelo mexicano Guillermo del Toro (O Labirinto do Fauno, A Forma da Água) e pelo mestre da animação stop motion, Mark Gustafson (As Aventuras de Mark Twain); Só poderia resultar em uma coisa: uma obra-prima de animação cheia de contraste que abraça a escuridão do material de origem, mas também a inocência da fantasia para contar um conto mágico de dor e perda, medo e fascismo, família e alegria. Com a brilhante música de Alexandre Desplat como cereja do bolo, Pinóquio de Guillermo del Toro é simplesmente uma maravilha cinematográfica (indiscutivelmente superior, diga-se de passagem, ao preguiçoso remake que a Disney decidiu lançar no mesmo ano).
Este filme exclusivo da Netflix não poderia ser mais intimista e particular. Afinal, ‘The 40-Year-Old Version’ conta a história de Radha Blank, uma dramaturga sem sorte em Nova York que decide se arriscar no rap. Dirigido, roteirizado e protagonizado pela própria Radha, o longa-metragem faz um mergulho interessante e estiloso na vida dessa mulher tentando a sorte. Ainda que acaba falando de algumas temáticas e emoções muito particulares, são grandes as chances do público se ver e se entender na figura dessa dramaturga sem oportunidades tentando a sorte. Afinal, somos todos humanos. E, assim, nos entendemos.
Este filme é sobre uma mão, que tem consciência própria, em busca de seu corpo – o que, em um primeiro momento, pode parecer um conceito completamente ridículo. Mas não se deixe enganar: ‘Perdi Meu Corpo’ é uma fábula surrealista catártica sobre sentir-se vivo e completo. Co-escrito por Guillaume Laurant (roteirista de O Fabuloso Destino de Amélie Poulain’) e baseado em seu romance 'Happy Hand', este filme é uma das melhores animações de 2019, premiada na Semana da Crítica do Festival de Cannes e pelo público do Festival de Annecy (um dos mais importantes do mundo, focado em animação). Certamente o deixará impressionado com suas belas - e às vezes macabras - imagens.
Bem que falam que colaborações artísticas têm seus perigos – algo evidenciado por este documentário peculiar e interessante. E esta também é uma história sobre novos começos e sobre as dificuldades de fazer filmes em países pequenos, como a Singapura e, podemos dizer, no Brasil também. ‘Shirkers: O Filme Roubado' vai deixá-lo fascinado com a vida de Sandi Tan. Não é à toa que o filme ganhou o prêmio de melhor direção no Festival de Sundance.
Quem diria que, no começo, o Papai Noel era tão parecido com o Grinch? ‘Klaus’, a estreia na direção de Sergio Pablos (roteirista e criador de ‘Meu Malvado Favorito’), é um ótimo filme para toda a família, que também busca resgatar a estética e a sensação das animações tradicionais. Mas o mais importante de tudo é que ela tem uma bela história, que também se afasta dos clichês típicos dos filmes de Natal para nos dizer algo realmente original e emocionante. O elenco de vozes é luxuoso, com J.K. Simmons (‘Whiplash’) e Jason Schwartzman (‘O Fantástico Sr. Raposo’) nos papéis principais. Já em português, entre os dubladores temos Rodrigo Santoro, Fernanda Vasconcellos e Daniel Boaventura.