Alan Horn, responsável pela era mais lucrativa da Disney nos cinemas, anuncia aposentadoria Alan Horn, responsável pela era mais lucrativa da Disney nos cinemas, anuncia aposentadoria

Alan Horn, responsável pela era mais lucrativa da Disney nos cinemas, anuncia aposentadoria

O executivo já havia deixado o cargo de presidente da Walt Disney Studios em 2020 e ocupava, desde então, o posto de chefe criativo

11 de outubro de 2021 20:03

O dia 31 de dezembro de 2021 vai representar o fim definitivo de uma era para Disney. Alan Horn, que foi presidente da Walt Disney Studios entre 2012 e 2020 e, desde o ano passado, é Chief Creative Office da empresa, anunciou que irá se aposentar nessa data. O executivo tem 78 anos.

Coincidência ou não, Bob Iger, que foi CEO de The Walt Disney Company entre 2005 e 2020, também deve deixar de vez o grupo, onde atualmente ocupa o cargo de presidente executivo, no final deste ano.

A saída de Horn, junto com a de Iger, marca um momento de intensa transformação para a Casa do Mickey. De 2019 para cá, em um movimento acelerado após a chegada de Bob Chapek ao posto de CEO, a Disney tem investido pesado no streaming – com o aumento da participação no Hulu e os lançamentos de Disney+ e Star+.

De 2012 a 2020, Alan Horn foi presidente da Disney Studios, parte de The Walt Disney Company (Crédito: divulgação / Disney)
De 2012 a 2020, Alan Horn foi presidente da Disney Studios, parte de The Walt Disney Company (Crédito: divulgação / Disney)

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Claro que esse movimento foi iniciado lá atrás, com a própria chegada de Horn. Anteriormente, o executivo tinha atuado na Warner Bros. por 12 anos, sendo responsável, entre outras coisas, pelo estabelecimento da franquia Harry Potter.

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Com Alan Horn liderando os estúdios de cinema e respondendo a Bob Iger, a Disney deixou de lado um período de instabilidade e fracassos de bilheteria. Para conquistar isso, o executivo investiu em melhores relações com subsidiárias como Pixar e Marvel Studios, por exemplo.

O apetite por aquisições do grupo também continuou nesse período, com Lucasfilm (ainda em 2012) e a 20th Century Fox (2017) passando para a guarda-chuva de Horn.

A marca dessa fase foi uma maior liberdade criativa para os estúdios, o que se refletiu em bilheterias grandiosas. Se antes era a Warner Bros. que liderava a receita dos cinemas nos EUA entre os distribuidores, esse posto passou para a Disney.

Em 2011 a Walt Disney teve um faturamento de US$ 1,2 bilhão nos cinemas americanos, com uma participação de 12% do mercado. Em 2019, o número saltou para US$ 3,7 bilhões, com 33,25% de share. Isso sem ainda contar a Fox. Em todo o mundo, o estúdio movimentou US$ 11 bilhões no último ano antes da pandemia.

Com Alan Horn, a Disney lançou sucessos planetários como 'Vingadores: Ultimato' (Crédito: divulgação / Disney)
Com Alan Horn, a Disney lançou sucessos planetários como ‘Vingadores: Ultimato’ (Crédito: divulgação / Disney)

De acordo com o repórter Anthony D’Alessandro, do Deadline, é provável que Horn não tenha um substituto, com executivos como Kevin Feige (Marvel Studios), Kathleen Kennedy (Lucasfilm), Peter Docter (Pixar) passando a se reportar diretamente para Alan Bergman, atual presidente de conteúdo da Disney Studios.

Foi Bergman, que agora responde ao CEO Bob Chapek, que substituiu o próprio Alan Horn, em uma sucessão que vem sendo desenhada desde 2019.

“Tem sido um grande privilégio e um prazer poder gastar esses mais de 50 anos ajudando pessoas criativas a contar histórias que movem, certamente, e conectam o público em todo o mundo – e ter a chance de fazer isso na Disney foi a realização de um sonho, não menos que isso”, disse Alan Horn no anúncio de sua aposentadoria.

Atritos na Disney

O anúncio da data da aposentadoria de Horn chega após a publicação, em The Hollywood Reporter, de uma longa matéria sobre os bastidores da saída de Bob Iger da Disney.

O executivo está desde fevereiro de 2020, quando deixou o cargo de CEO para Bob Chapek, ensaiando a sua retirada – que, no momento, está marcada para até o fim deste ano.

De acordo com a jornalista Kim Masters, Chapek – que sempre foi visto como alguém mais ligado ao corte de custos e afins – não possui o mesmo tato que Iger com produtores, diretores e artistas. Na visão de pessoas dentro da Disney, o novo CEO tem sido agressivo nas transformações internas, incluindo decisões como lançamentos direto no Disney+ durante a pandemia ou a resposta à Scarlett Johansson, de uma forma que o antigo executivo nunca teria feito.

Com as saídas em definitivo de Alan Horn e Bob Iger, famosos justamente por colocar o talento e a criatividade em primeiro lugar, resta saber como a Disney irá agora lidar com as transformações de comportamento que ocorrem neste exato instante.

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