Mercado de streaming

Netflix reverte perdas e cresce no número de assinantes pela 1ª vez em 2022

Será que o momento mais difícil passou? A Netflix divulgou nesta terça, 18, o balanço financeiro do terceiro trimestre de 2022 – e, pela primeira vez no ano, ficou no azul em número de assinantes. Foram 2,4 milhões de novos “membros”, como a empresa chama, entre julho e agosto, praticamente revertendo as perdas que ocorreram nos trimestres anteriores.

O ganho também é bem superior as expectativas da própria companhia, que previa crescer em um milhão de assinaturas.

Agora, o streaming tem 223 milhões de assinantes – e quer mais. A Netflix projeta uma meta de 4,5 milhões de novos assinantes para o período entre outubro e dezembro. Em parte, apostando no novo plano mais barato, e com anúncios, que irá lançar em novembro. No Brasil, a nova modalidade de assinatura chega em 3 de novembro e irá custa R$ 18,90 ao mês.

Publicidade

Em parte, esse crescimento se deve a sucessos como o de ‘Dahmer: Um Canibal Americano’, que passou a ocupar o posto segunda série original mais vista nos 28 seguintes ao seu lançamento. A segunda metade da quarta temporada de ‘Stranger Things’, lançada estrategicamente no começo do trimestre, também deu aquela força.
O sucesso de ‘Dahmer’ ajudou na retomada do crescimento da Netflix (crédito: divulgação / Netflix)
Há até um destaque especial para o Brasil no balanço. No texto, a empresa afirma que a produção nacional ‘Sintonia’ “tem sido um grande sucesso”, com a terceira temporada rendendo 38 milhões de horas assistidas. Vale lembrar que esses dados de audiência não são (por enquanto) auditados, nem existe um padrão para fazer alguma comparação entre plataformas diferentes.

Crescimento por região

Olhando por parte do globo, a América Latina – que é o cercadinho onde está o nosso país – agregou 310 mil assinaturas no trimestre. Já Estados Unidos e Canadá, região onde o streaming parece estar saturado, cresceu em apenas 100 mil membros. O maior incremento de assinantes veio mesmo da Ásia e Pacífico, com 1,43 milhão de novos membros.

Netflix vs. o resto

A Netflix utiliza parte de seu balanço para falar da concorrência. “Nós operamos em uma indústria altamente competitiva, onde as pessoas possuem muitas possibilidades diferentes de entretenimento – da TV linear ao streaming, do YouTube aos games às mídias sociais”, diz o documento. “O lado positivo é que a oportunidade é muito grande e crescente, e a Netflix ainda é muito pequena em relação a essa oportunidade”, tenta relativizar, trazendo em seguida que a plataforma representa apenas cerca de 8% das horas de TV assistidas nos EUA e Reino Unido. “Portando, acreditamos que temos um longo caminho de crescimento se pudermos continuar a melhorar nossa oferta de forma constante ao longo do tempo. […] Está se tornando claro que o streaming é o futuro do entretenimento”, continua a companhia.
Reed Hastings, o co-fundador e co-CEO da Netflix, cercado pelas estrelas de outrora no streaming (crédito: divulgação / Netflix)
Que o streaming é o futuro ninguém nunca duvidou. A dúvida, ao menos pelo lado de Wall Street, é se o modelo de negócio da Netflix – com muito investimento e apenas um modelo de geração de receita – era viável. Até por isso, a empresa fundada por Reed Hastings finalmente começou a se diversificar: terá publicidade e fez acordos de distribuição com grandes redes de cinema. Nas última semana, abriu a sua primeira loja com produtos licenciados, em Los Angeles. Tem mais: a plataforma, que atualmente tem 35 joguinhos, divulgou que tem outros 55 em desenvolvimento, incluindo mais títulos baseados em suas “propriedades intelectuais”. Ou seja, em seus filmes e séries originais. Isso tudo não significa deixar de lado o seu negócio principal, mas saber tirar vantagem dele. “Em meio a esse formidável e diversificado conjunto de concorrentes, acreditamos que nosso foco como um negócio de streaming puro é uma vantagem”, complementa o balanço. Streaming é apenas uma forma de distribuição de conteúdo, e a geração de dinheiro a partir dele pode ser ampla. A Netflix finalmente se ligou nisso – resta saber se foi na hora certa.

Siga o Filmelier no FacebookTwitterInstagram e TikTok.

Renan Martins Frade

Jornalista especializado em cinema, TV, streaming e entretenimento. Foi por 11 anos editor do Judão e escreveu para veículos como UOL, Superinteressante e Mundo dos Super-Heróis. Também trabalhou com a comunicação corporativa da Netflix. Foi editor-chefe do Filmelier.

Escrito por
Renan Martins Frade

Notícias recentes

Jean-Claude Van Damme: o astro belga que tomou conta do cinema de ação

Van Damme, astro belga que se tornou um símbolo do cinema de ação, está com…

1 dia atrás

‘Bebê Rena’: Tudo sobre a sombria e polêmica série da Netflix

Desvende os segredos da série do momento, Bebê Rena, lançamento polêmico e sombrio da Netflix

2 dias atrás

Star Wars: Todos os filmes e séries confirmados para o futuro

Embora 'Star Wars' tenha concluído sua nova trilogia há algum tempo, a franquia possui um…

2 dias atrás

‘Colateral’: Tudo sobre o Original Adrenalina Pura com Van Damme

Fãs de ação, preparem-se! O novo filme de Jean-Claude Van Damme, Colateral, chega como um…

3 dias atrás

‘Star Wars’: 25 anos de ‘Episódio I: A Ameaça Fantasma’

Em 2024, 'Star Wars - Episódio I: A Ameaça Fantasma' completa 25 anos com um…

5 dias atrás

Crítica: ‘A Teia’ é suspense que agrada fãs do gênero, mas sem ousadias

Russell Crowe é um policial com Mal de Alzheimer em 'A Teia', suspense que diverte…

7 dias atrás