Prefeitura de São Paulo divulga regras de segurança para reabertura dos cinemas

Os cinemas, em São Paulo, estão mais perto da reabertura. Na última sexta-feira, 4, o prefeito Bruno Covas, anunciou que isso será possível assim que a cidade entrar na fase verde, a quarta etapa da flexibilização do isolamento. Nesse cenário, é possível que as salas de exibição retomem as atividades no dia 20 de setembro.

No começo da pandemia, em março, cinema, teatro, concertos e museus fecharam as portas e foram os lugares que permaneceram fechados por mais tempo. Bares e restaurantes reabriram já na fase amarela, enquanto os estabelecimentos de lazer ficaram para a etapa final da flexibilização – devido aos critérios de segurança.

Quais são as novas regras de segurança para a reabertura?

Para que isso ocorra, a prefeitura de São Paulo divulgou o protocolo que os cinemas devem seguir para a abertura na capital paulista. Pelas regras publicadas no Diário Oficial, as salas poderão funcionar com lotação de até 60% de sua capacidade, com limitação de até 200 pessoas nos primeiros 28 dias de funcionamento.

Após esse período, caso a cidade continue na fase verde, será possível até 500 lugares, desde que se respeite os 60% de capacidade. O horário de funcionamento será limitado a oito horas diárias. Para entrar no estabelecimento cada pessoa terá sua temperatura verificada e a sessão deverá receber público meia hora antes do filme começar, para evitar fila.

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Dentro das salas terá uma distância mínima entre as pessoas, que deve ser de 1,5 metro. No entanto, grupos, de até 6, que comprarem ingressos juntos poderão sentar-se lado a lado. O uso de máscaras só será obrigatório dentro dos cinemas, mas não durante e exibição dos filmes para o público. Já os funcionários estarão com proteção o tempo inteiro, com máscara e face shield – viseiras de acrílico.

O protocolo de reabertura prevê também um escalonamento na saída dos espectadores, começando pelas fileiras mais próximas das portas até chegar às mais distantes. Outro ponto que preocupava o consumidor é em relação ao ar-condicionado. Segundo André Sturm, diretor do Petra Belas Artes, via Exame, eles fizeram um grande investimento nisso para que a entrada e saída de ar sejam feitas por dutos separados, o que garante a troca frequente de ar dentro das salas.

“Investimos R$ 1,5 milhão nesse sistema no Belas Artes”, conta Sturm, que pretende reabrir as salas melhores ventiladas da casa. “Justamente as que têm portas para a rua e que serão abertas entre as sessões”.

Sociedade Brasileira de Imunologia mostra um outro lado da reabertura

A publicação também trouxe o contraponto médico desse cenário. João Viola, presidente do comitê científico da Sociedade Brasileira de Imunologia, conta que é preciso cautela nessa fase de reabertura dos cinemas e que todo cuidado é pouco.

“Estamos com índice de infecção muito alta e já foi demonstrado recentemente que indivíduos infectados e assintomáticos têm uma capacidade de transmissão alta. Além disso, o uso de máscara leva a proteção, mas não é 100% segura – ainda mais em ambientes fechados como os cinemas”.

“Mesmo os países que foram bem sucedidos na controle da infecção, como a Nova Zelândia, tiveram pequenos focos de segunda onda de infecção quando abriram as atividades, tendo que fazer novos fechamentos”, completa ele, que acredita que as medidas de prevenção não sejam o suficiente para que os cinemas voltem às atividades.