Destaques na Netflix em junho de 2022

Nicholas Sparks é dono de uma infinidade de histórias românticas sempre parecidas e com personagens estranhamento similares, como ‘Diário de uma Paixão’, ‘Um Porto Seguro’, ‘Uma Longa Jornada’ e ‘A Escolha’. Em ‘Querido John’, um dos favoritos do público, não há muita coisa realmente diferente na narrativa de Sparks adaptada para as telonas. Acompanhamos a história de um soldado em licença que se apaixona perdidamente por uma linda e conservadora garota universitária, tendo todo o desenrolar previsível de uma trama como essa. No entanto, as boas atuações de Amanda Seyfried (‘Mank’) e Channing Tatum (‘Magic Mike’) ajudam o filme a ter algum diferencial e ser memorável em seu final. [-]

A lenda de Robin Hood, o homem que roubava dos ricos para dar aos pobres, já teve mais de uma dezena de adaptações para o cinema. A mais célebre, talvez, seja a animação da Disney, em que uma raposa encarna o papel do justiceiro. Há, também, uma elogiada versão com Kevin Costner e Morgan Freeman. Já em ‘Robin Hood’, produção de 2010 sob a batuta de Ridley Scott (de ‘Alien: O Oitavo Passageiro’), a tradicional história ganha contorno sombrios e realistas, seguindo o então sucesso nos cinemas da franquia ‘Batman’, sob comando de Christopher Nolan. Com grande elenco, com nomes como Russell Crowe, Cate Blanchett, Oscar Isaac e Max Von Sydow, o longa-metragem se aprofunda no realismo dessa história e, ainda por cima, facilita uma interpretação atual por parte dos espectadores. Não é o melhor filme sobre a jornada do justiceiro, tampouco a produção mais original de Scott. Mas é interessante ver os meandros dessa outra possibilidade de Robin Hood. [-]

Foi no final dos anos 1960 que Hunter Adams tentou se suicidar. Na época, ele estava desiludido com os rumos de sua vida e a depressão o atingiu em cheio. Resolveu, então, se internar em um sanatório. Foi lá que ele percebeu que o destino de sua vida era ser médico, fazendo tratamentos de uma maneira pouco convencional. E é sobre essa figura que se debruça a delicada dramédia ‘Patch Adams: O Amor é Contagioso’, um dos trabalhos mais interessantes de Robin Williams (‘Sociedade dos Poetas Mortos’). Sob a direção de Tom Shadyac (‘Todo Poderoso’), o longa-metragem mostra que médicos não precisam sempre ter a mesma postura fria e distante em consultas e, principalmente, tratamentos. Para isso, Williams aposta em uma interpretação leve, que entende como cada gesto na tela pode impactar o espectador. Um filme para repensar a medicina com mais humor e alegria. [-]

Um filme simples, mas ao mesmo tempo poderoso. Criado a partir das ideias do então novato diretor Damien Chazelle, este filme usa a música como ponto de partida para uma história visceral e impactante. Destaque para a grande atuação de J.K. Simmons, que, junto da direção de Chazelle, eleva a tensão que o filme constrói. Não é por menos que o longa-metragem passou por vários festivais e foi premiadíssimo. [-]

Um filme provocativo, sobre um homem que quer criar os filhos da melhor forma possível - e, assim, os isola dos males do mundo. Será que devemos viver uma vida “perfeita”, do nosso jeito, ou nos adaptar às convenções da sociedade? É certo que os outros opinem sobre a forma como vivemos, “para o nosso bem”? Todo este embate de ideias é empacotado com uma ótima direção de Matt Ross e ainda traz uma atuação impecável de Viggo Mortensen, que mereceu as indicações ao Oscar e ao Globo de Ouro. [-]

Esta é uma reinterpretação contemporânea de 'A Volta do Parafuso', novela de Henry James que é considerada um clássico da literatura gótica e que já foi adaptada inúmeras vezes para o TV e o cinema. ‘Os Órfãos’ perde um pouco do brilho de algumas dessas outras versões, muito porque sua trama é mais confusa do que misteriosa ou ambígua. No entanto, é um show de atuação de seus três protagonistas: Mackenzie Davis ('Tully'), Finn Wolfhard ('Stranger Things') e Brooklynn Prince ('Projeto Flórida'). Além disso, a direção elegante de Floria Sigismondi ('The Runaways') alcança uma atmosfera de escuridão palpável, mostrando que é uma cineasta que merece ser acompanhada em futuras incursões no terror. [-]

Um thriller de ação exclusivo da Netflix, com todo o espírito dos filmes dos anos 1980 no estilo de 'Duro de Matar' - ou seja: aqueles que têm premissas cada vez mais absurdas, e um (ou uma, em neste caso) protagonista habilidosa o suficiente para superar todas as adversidades. 'Interceptor' é estrelada por Elsa Pataky ('Velozes & Furiosos 8'), que interpreta uma tenente encarregada de uma estação de interceptação de mísseis no mar, que é atacada por terroristas. Então cabe a ela impedi-los de assumir o controle total e causar uma catástrofe. As cenas de ação são boas, a atuação é decente, e tem pouco mais de uma hora e meia de duração, então é uma boa opção se você procura um entretenimento divertido e despretensioso. [-]