Lisa Frankenstein é o longa-metragem de estreia de Zelda Williams (filha do lendário ator Robin Williams) na direção e, mais importante, com um roteiro de Diablo Cody (que também escreveu o icônico Garota Infernal). À primeira vista, é uma comédia de terror nostálgica pelos anos 80 de John Hughes, na qual a solitária protagonista homônima (Kathryn Newton, tão engraçada quanto em Abigail) encontra companhia em um cadáver exumado (Cole Sprouse... o de Riverdale, não o de Belo Desastre). Juntos e apaixonados, eles embarcam na missão de restaurá-lo à sua antiga glória viva, o que significa cortar algumas cabeças pelo caminho. Embora irregular, é divertido e louco, com potencial para se tornar eventualmente um clássico de culto por sua visão peculiar da adolescência feminina e sua dualidade tão vulnerável quanto monstruosa.
Imaculada (Immaculate) é um filme dirigido por Michael Mohan (Observadores) que, partindo das convenções do nunsploitation – um subgênero cinematográfico protagonizado por freiras, geralmente explorando temas como desejo, sexo, pecado e crises de fé –, se arrisca a subvertê-las. A trama segue uma jovem noviça americana, Cecilia (Sydney Sweeney), que se muda para um convento na Itália, onde é calorosamente recebida pelo Padre Tedeschi (Álvaro Morte, de La Casa de Papel). No entanto, sua estadia logo se transforma em um pesadelo confuso, e ela descobre que é parte de um plano grandioso, porém aterrorizante, da igreja. O filme consegue superar os clichês mais infelizes do nunsploitation, nos quais as mulheres são às vezes apenas um meio para um fim, para criticar a Igreja Católica e sua dupla moral em relação ao gênero feminino. A atuação de Sweeney pode ser insuficiente em alguns momentos, mas quando é hora de enlouquecer, ela irá deixá-lo mais do que satisfeito – e impactado. Confira a crítica completa do filme Imaculada.
Imagine um filme como o clássico ‘Janela Indiscreta’, mas da perspectiva da pessoa vigiada... e que a pessoa que a vigia do outro lado da janela pode ser um assassino. Assim podemos resumir 'Observador', um thriller psicológico estrelado por Maika Monroe ('Corrente do Mal') que teve uma excelente resposta em festivais de cinema como Sundance e SXSW. A história segue uma jovem mulher (Monroe) que se muda com seu marido (Karl Glusman) para a Romênia quando ele é transferido para lá por seu trabalho. Sozinha durante quase todo o dia em um país desconhecido e com um idioma que não entende, ela gradualmente se sente mais paranóica pela presença do voyeur na janela, assim como uma onda de recentes assassinatos. A diretora Chloe Okuno cria uma atmosfera psicológica opressiva para sua protagonista, manejando magistralmente a câmera e os espaços para revelar gradualmente os elementos cruciais que provocam e mantêm a tensão.
Um Lugar Silencioso: Dia Um é uma prequela que expande a narrativa de Um Lugar Silencioso para novos gêneros e personagens. Não há nenhum membro da família Abbott (John Krasinski, Emily Blunt e companhia) aqui, pois a história se passa no exato início da invasão de alienígenas com sentido ultrassônico. Agora seguimos Sam (Lupita Nyong'o), uma mulher com câncer terminal que está em Nova York quando o desastre começa. Com o mundo chegando ao fim, ela decide que não tem mais nada a perder, então ela se aventura pela cidade silenciada em busca da única coisa que quer. Embora mais inclinada para os territórios do cinema de ação e desastres, esta prequela apresenta uma história surpreendentemente existencial e comovente, com ótimas atuações de seus protagonistas (com Joseph Quinn de Stranger Things completando o duo). Não inova nos filmes apocalípticos, mas consegue encontrar humanidade em uma franquia que já se sentia cansada em sua segunda entrega. Leia mais na crítica completa de Um Lugar Silencioso: Dia Um.
Maníaco do Parque, filme de crime real do Amazon Prime Video, reconta o caso de Francisco de Assis Pereira, o notório "serial killer" brasileiro que abalou o país nos anos 90. Silvero Pereira entrega uma atuação marcante no papel do infame assassino em série, enquanto Giovanna Grigio vive uma repórter investigativa que simboliza as muitas mulheres que buscaram justiça. Inspirado no livro que acompanha a história real, o filme é dirigido por Maurício Eça, responsável também pela trilogia A Menina que Matou os Pais, sobre Suzane von Richthofen. Embora tenha falhas, o longa aborda de forma veemente, ao som de rock ‘n’ roll, temas como o machismo e a resiliência das vítimas. Exibido no Festival do Rio, esta nova adição ao catálogo de true crime de 2024 é uma oportunidade para refletir sobre a violência contra a mulher e as falhas da sociedade.