Imagine uma mistura bizarra, e um tanto assustadora, do boneco assassino Chucky e da inteligência artificial HAL 9000, de ‘2001: Uma Odisseia no Espaço’. O resultado, sem dúvidas, vai ser algo bem próximo da boneca-título de ‘M3GAN’, terror da Blumhouse e produzido por James Wan (‘Maligno’, ‘Invocação do Mal’). O filme, dirigido por Gerard Johnstone (‘Housebound’), conta a história de uma engenheira de brinquedos (Allison Williams) que desenvolve essa boneca M3gan, estranhíssima e cheia de personalidade, para fazer companhia para a sobrinha (Violet McGraw) que sofre com a morte dos pais em um acidente. A partir daí, nessa mistura de brinquedos assassinos com inteligências artificiais horrendas, acompanhamos esse relacionamento se tornando cada vez mais tóxico, em que uma criança simplesmente não sabe viver sem essa sua boneca realista. Ainda que falte personalidade em vários momentos da história, que com certeza seria mais potente se fosse dirigida pelo próprio Wan, ‘M3GAN’ diverte, assusta e mostra que várias histórias de terror, que poderiam ser banais, se destacam quando não se levam a sério.
Foi depois de ‘Jogos Mortais’ e antes de ‘Invocação do Mal’ que o cineasta James Wan emplacou um filme de espíritos e assombrações que mostrou todo o potencial do cineasta no gênero do horror: era ‘Sobrenatural’, longa-metragem que abriu espaço para a criação de uma franquia. Assustador na medida certa, e com boas atuações de Patrick Wilson (que também seria visto em ‘Invocação do Mal’) e Rose Byrne (‘Missão Madrinha de Casamento’), o longa-metragem já mostra o inconfundível estilo de Wan, que dá sustos em momentos imprevisíveis, aposta em criaturas que causam pesadelos e não tem medo de brincar com os padrões do gênero. Não é seu melhor filme, mas sem dúvidas é um bom e divertido passatempo para aqueles que gostam do assustador universo que o diretor criou.
Foi com um orçamento de minúsculos US$ 15 mil que o cineasta Oren Peli e a produtora Blumhouse deram origem à uma das franquias de terror mais conhecidas do cinema: ‘Atividade Paranormal’. Afinal, a ideia era reproduzir imagens de câmeras de segurança, em cenários simples e naturais, para mostrar a presença de espíritos e assombrações na casa de uma família. O resultado é apavorante, com alguns dos sustos mais impactantes do cinema recente -- ainda que um tanto quanto formulaicos em alguns momentos. Ah, e detalhe: com os US$ 15 mil de investimento inicial, a produtora faturou quase US$ 200 mil.
Um país em que as pessoas podem cometer crimes à vontade, durante uma noite, sem qualquer tipo de condenação. É essa a premissa do inventivo e divertido ‘Uma Noite de Crime’, longa-metragem de James DeMonaco -- que acabou gerando outros três filmes e uma série de TV. Com um elenco de peso, que inclui Ethan Hawke (‘Antes do Amanhecer’) e Lena Headey (‘Game of Thrones’), o longa-metragem cria um clima de tensão e apreensão ao mostrar uma família que entra em risco durante essa noite de crime, também conhecida como The Purge. Há alguns problemas consideráveis de narrativa, além de um ritmo que se quebra no meio. No entanto, a premissa ainda é interessante o bastante para manter a atenção do espectador para um desfecho surpreendente e bastante violento.
Ainda que filmes como ‘Buscando…’ e ‘Host’ tenham surpreendido com tramas totalmente baseadas em uma tela de computador, foi ‘Amizade Desfeita’ que abriu os trabalhos com esse estilo de filme. Aqui, acompanhamos um grupo de amigos que vai morrendo aos poucos enquanto uma entidade cibernética as ataca. É impressionante como o cineasta Levan Gabriadze consegue modular as emoções e os sustos mesmo limitado em uma tela de computador. Dá para dar alguns pulos e olhar com desconfiança para o seu computador ou celular depois que os créditos sobem. Para rir, se divertir e se assustar à beça.