Mercado de streaming

Netflix com publicidade custará R$ 18,90 e chega em novembro

Acabou o mistério: a Netflix anunciou nesta quinta, 13, que a versão com publicidade da plataforma chega em novembro. A estreia do novo modelo de assinatura ocorrerá em 12 países, incluindo no Brasil. Por aqui, quem quiser ver o streaming com anúncios pagará R$ 18,90. A mensalidade regular continua em R$ 39,90 no chamado plano Padrão, sem propagandas.

No Brasil, o lançamento do novo modelo de assinatura chega em 3 de novembro. Para comparação, o Amazon Prime (que inclui o Prime Video) sai por R$ 14,90 mensais, sem anúncios. A HBO Max, também sem publicidade, custa R$ 19,90.

Os Estados Unidos, principal mercado para a Netflix, também adotará o plano, que está sendo chamado de “básico com anúncios”. Por lá, o custo será de US$ 6,99 – cerca de R$ 37 pela cotação atual. Por lá, o lançamento ocorre já em 1º de novembro.

A companhia informa em seu FAQ que o plano com publicidade contará apenas com resolução HD (alta definição, 720p). Ou seja, sem o “Full HD” (resolução de 1080p). O 4K, ou Ultra HD, continua restrito ao plano Premium, que custa R$ 55,90 ao mês. Será possível assistir em apenas um dispositivo por vez, seja TV, tablet, computador ou celular e “apenas por pessoas que moram na mesma residência”, destaca.

Publicidade

Outra limitação é que alguns filmes e séries podem não estar disponíveis no plano básico com anúncios, mas não há detalhes de quais seriam esses conteúdos. É possível imaginar que produções mais caras e aguardadas, como novas temporadas de séries como ‘Stranger Things’ e filmes como ‘Glass Onion: Um Mistério Knives Out’, tenham um período inicial de “blecaute” para estes assinantes.
Com publicidade, Netflix passa a oferecer um plano mais barato aos seus assinantes (crédito: divulgação / Netflix)
“É provável que você veja uma média de cerca de 4 minutos de anúncios por hora (isso pode variar de acordo com o título que você está assistindo). Um anúncio pode ter até 30 segundos”, também diz a empresa. Não será possível pular a publicidade e não haverá anúncios nos perfis infantis. Com plano mais barato, a Netflix espera ampliar a sua base de assinantes em um mercado mais competitivo e saturado. Já a publicidade chega para “inteirar” esse valor, compensando com a verba dos anúncios a redução da mensalidade e garantindo a receita para a companhia. “Acreditamos que com este lançamento seremos capazes de fornecer um plano e um preço para cada fã da Netflix”, disse o COO da Netflix, Greg Peters, a repórteres em uma coletiva de imprensa virtual na quinta-feira, de acordo com The Hollywood Reporter. “O mais importante para nós é que queremos oferecer opções aos consumidores e que eles descubram qual é a melhor oferta para eles, e isso pode significar que alguns de nossos membros existentes abandonem [planos sem anúncios].” A Microsoft é a parceira da Netflix na venda dessa publicidade – e, de acordo com Jeremi Gorman, presidente da área na empresa de streaming, a plataforma já vendeu praticamente todo o seu inventário.

Medindo a audiência da Netflix

Um outro grande anúncio, que vem junto com o novo modelo de assinatura, é que a Nielsen – o Ibope dos EUA – vai fazer a medição de audiência dentro da plataforma, a partir de 2023. Até hoje a Netflix não deixava que terceiros fizessem esse tipo de aferição, com a própria plataforma divulgando números sem auditoria externa e seguindo suas próprias métricas. A mudança ocorre agora porque a publicidade necessita de números confiáveis para medir a sua efetividade e a audiência.
Sede da Netflix em Los Gatos, Califórnia (crédito: divulgação / Netflix)
Por enquanto, essa medição ocorrerá apenas nos EUA e não está claro como a Netflix irá certificar a audiência aos anunciantes em outros países. É possível imaginar parcerias parecidas com organizações do mesmo tipo nesses locais.

Revertendo a queda?

A nova modalidade de assinatura da Netflix chega em um momento-chave para empresa. Como mencionado, será possível continuar crescendo a base de membros pagantes – e, ao mesmo tempo, monetizar essa audiência para aumentar a receita. Isso entregaria duas métricas importantes para Wall Street: continuaria com a expansão do número total de assinantes, o número que já foi queridinho de Wall Street; e aumentaria o chamado ARPU (a receita média por usuário) sem ter que aumentar preços. O mercado já reagiu. No momento do fechamento desta nota, as ações da Netflix acumulavam uma alta de 5,27% na bolsa de Nova York. O valor ainda não cobre as perdas anuais: em 2022, as ações da companhia fundada por Reed Hastings viram até aqui uma queda acumulada de 61%,

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Renan Martins Frade

Jornalista especializado em cinema, TV, streaming e entretenimento. Foi por 11 anos editor do Judão e escreveu para veículos como UOL, Superinteressante e Mundo dos Super-Heróis. Também trabalhou com a comunicação corporativa da Netflix. Foi editor-chefe do Filmelier.

Escrito por
Renan Martins Frade

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