‘Velozes e Furiosos’: física reage ao realismo nas acrobacias mais insanas
Não seria um filme de Velozes e Furiosos sem pelo menos uma cena de acrobacias automobilísticas que desafiam a gravidade. Mas até que ponto elas violam as leis da física? Ou há alguma cena na franquia que seja realista?
A seguir, apresentamos um vídeo da Business Insider no qual Diandra Leslie-Pelecky, doutora em física pela Universidade de Michigan e autora do livro A Física da NASCAR, classifica várias das sequências mais famosas da saga Velozes e Furiosos de acordo com seu grau de realismo.
Portanto, se você já se perguntou se é possível arrastar um cofre de 14 toneladas pelas ruas do Rio de Janeiro, pegar uma pessoa no ar a 70 quilômetros por hora ou fazer um carro saltar de um arranha-céu para outro, você veio ao lugar certo. Confira abaixo e aproveite para ler a nossa crítica de Velozes e Furiosos 10.
Uma das primeiras conclusões do vídeo é que o realismo nas sequências de ação não diminui necessariamente a cada capítulo da saga estrelada por Vin Diesel.
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Embora possa parecer incrível, há acrobacias nos filmes que são perfeitamente possíveis na realidade, e muitas delas ocorrem nos lançamentos posteriores da franquia. Por exemplo, em Velozes e Furiosos 7, de acordo com Leslie-Pelecky, uma das cenas que não viola tanto as leis da física acontece durante o resgate da hacker Ramsey (Nathalie Emmanuel). Toretto e sua equipe interceptam um comboio armado, e Brian O’Conner (Paul Walker) se infiltra para resgatá-la. No entanto, após uma luta, o caminhão perde o controle e ameaça cair de um penhasco. Brian consegue sair do caminhão, que desliza lentamente em direção ao abismo. Por fim, enquanto o veículo está prestes a cair, nosso herói corre na direção oposta, consegue saltar para o chão e se segura no carro de Letty (Michelle Rodriguez). Embora as condições para que tudo aconteça sejam improváveis, isso é possível de acordo com a física.
“Os carros voam!” (Crédito: Universal Pictures)A sequência do salto entre arranha-céus do sétimo filme é, para nossa surpresa (e de muitos), também possível, desde que certas condições sejam cumpridas. Curiosamente, várias das acrobacias menos realistas da franquia estão concentradas nos primeiros filmes e em Velozes e Furiosos 6. Sequências como o salto do carro para o barco em +Velozes +Furiosos ou Dom pegando Letty no ar (“tive fé”) no sexto filme recebem uma reprovação da física. A icônica perseguição com o cofre no Rio de Janeiro, a sequência climática de Velozes e Furiosos 5: Operação Rio que captura toda a loucura que define o resto da saga, recebe uma reprovação de 5/10, pois seria praticamente impossível que dois carros conseguissem arrastar o cofre e seu conteúdo – um total de 140 toneladas – a essa velocidade. Uma das sequências mais loucas – e menos realistas – de toda a saga é o clímax do sexto filme, a perseguição do avião. Essa sequência recebe a pior classificação de todas, 1/10, pois, para a duração da sequência, a pista de decolagem deveria ser extremamente longa. Como analisa a física, percorrê-la na velocidade em que o avião está, levaria menos de dois minutos. A sequência dura mais de 10 minutos. Teremos que ver quais outras sequências dos filmes mais recentes, Velozes e Furiosos 9 e Velozes e Furiosos 10, serão incluídas em análises futuras. Mas uma coisa é certa, entre carros no espaço e fugas impossíveis através de uma represa, as classificações não serão muito melhores. A boa notícia é que o respeito às leis da física não é o que define essa franquia.
Acompanhe a nossa cobertura especial sobre a saga Velozes e Furiosos:
Lalo Ortega é crítico e jornalista de cinema, mestre em Arte Cinematográfica pelo Centro de Cultura Casa Lamm e vencedor do 10º Concurso de Crítica Cinematográfica Alfonso Reyes 'Fósforo' no FICUNAM 2020. Já colaborou com publicações como Empire en español, Revista Encuadres, Festival Internacional de Cinema de Los Cabos, CLAPPER, Sector Cine e Paréntesis.com, entre outros. Hoje, é editor chefe do Filmelier.