Eleito um dos 100 melhores filmes do século pela New York Times. Um filme intenso, sobre uma garota pressionada por sua mãe, por suas próprias cobranças e pelo diretor, chegando à loucura. Natalie Portman está em uma atuação impecável, potencializada por uma grande atmosfera criada pela direção de Darren Aronofsky. Foram, realmente, merecidos o Oscar e o Globo de Ouro de Melhor Atriz que Natalie recebeu.
Darren Aronofsky (‘Mãe!’, ‘Cisne Negro’) é um diretor controverso. Alguns amam, outros odeiam. E ‘A Baleia’, drama indicado ao Oscar, deve intensificar ainda mais essa racha entre lados opostos, com questões bem delimitadas: é um bom filme? Ou será que é ruim? É de bom tom? Ou será que, no fundo, é de mau gosto? ‘A Baleia’, afinal, é um filme complexo: fala sobre Charlie (Brendan Fraser, no papel de sua vida), um professor de inglês que parece ver sempre o lado positivo das coisas. O empecilho em sua vida, porém, é seu peso: nos últimos anos, Charlie ganhou muito peso e não consegue mais levantar do sofá, ficando dependente da enfermeira Liz (Hong Chau). Sua vida, com isso, fica limitada. Além da dificuldade de locomoção, ficando preso no sofá, há o elemento da vergonha. Charlie não gosta de aparecer. Durante as aulas à distância, deixa sempre a câmera desligada, alegando que está quebrando. Enquanto isso, quando alguém bate à porta, geralmente não interage. O entregador de pizza, por exemplo, deixa tudo ali na porta, enquanto o dinheiro já está dentro da caixinha de correio. Ele, enfim, não quer ser visto. A rotina de Charlie, porém, começa a mudar quando Ellie (Sadie Sink) entra (ou retorna?) em sua vida. É a filha distante do protagonista, que não tem uma boa relação com ele, nem com ninguém. Ela é revoltada, reativa, até mesmo violenta. Mas não para Charlie, que quer se reaproximar da filha e corrigir erros do passado. Lembra um pouco a trama de ‘O Lutador’, que também fala sobre um homem que precisa rever questões de paternidade. Falando, então, sobre amizade, família e religião, Aronofsky faz uma trama depressiva, muito pra baixo, e que emociona. O destaque absoluto, porém, é Fraser, que está no papel de sua carreira.



