‘Titane’ é, certamente, um dos filmes mais provocativos - e, podemos dizer, um dos mais estranhos - da safra 2021/22 do cinema mundial. Até por isso, não é um longa-metragem para todos. Agora, não se engane: tudo isso é sim uma qualidade. A diretora Julia Ducournau (de ‘Raw’) constrói um filme que trafega entre o terror, o suspense e o drama, surpreendendo o espectador - seja com elementos imagéticos poderosos ou com uma mudança completa no rumo da história. Dessa forma, temos um filme com uma visão distorcida, perturbada até, que toca em temas como o ódio e a desconexão em relação ao próximo, traumas, amor paterno, maternidade, identidade de gênero e fetichismo - seja pelo corpo perfeito, por carros e até pelo fogo. Por tudo isso, ‘Titane’ é uma daquelas obras que vai te fazer refletir por um bom tempo, sem sofrer com a efemeridade das produções mais comerciais. Destaque para a ótima presença de Vincent Lindon (‘O Valor de um Homem’), um dos rostos mais reconhecidos do atual cinema francês, e para a poderosa atuação de Agathe Rousselle, que, mesmo estreando em um longa-metragem, consegue trafegar muito bem por todas as temáticas e mudanças de rumo do roteiro. Não por menos, venceu a prestigiada Palma de Ouro do Festival de Cannes de 2021.
Este é um dos mais emblemáticos e influentes filmes da primeira metade dos anos 1990. Segundo longa-metragem dirigido por Quentin Tarantino (depois de ‘Cães de Aluguel), já apresenta todas as características que fariam o cineasta ser cultuado: o humor negro, a violência, os crimes, o clima neo-noir, os longos diálogos, as meta-referências e por aí vai. Surpreendente na época, o longa ganhou a Palma de Ouro do Festival de Cannes, o Oscar de Melhor Roteiro Original e o Globo de Ouro de Melhor Roteiro de Longa Metragem.
O diretor Hirokazu Kore-Eda (de ‘Pais e Filhos’ e ‘Ninguém Pode Perder’) retorna em um filme comovente e extremamente humano, marca da filmografia do cineasta. A história é sobre uma família de baixa renda que vive uma vida aparentemente feliz na periferia de Tóquio – ainda que cometam pequenos crimes para poder sobreviver. Tudo muda quando eles acolhem uma menina perdida, compartilhando o pouco que possuem, em uma atitude com dimensões muito maiores do que imaginam. O resultado dessa mistura é um longa envolvente, que une humor e drama, também explorando temas como o desemprego, a gentrificação e o amor familiar.
Um grande clássico do cinema dos anos 1970, revelando uma Nova York suja, insegura e com uma população sem perspectivas. O personagem de Robert De Niro, Travis Bickle, representa muito dos sentimentos da sociedade daquela época - e que, de alguma forma, parecem ressurgir no mundo de hoje.
O filme vencedor da Palma de Ouro do Festival de Cannes de 2019 e do Oscar de Melhor Filme em 2020 é um daqueles que precisa ser visto. Embora a história se passe na Coreia do Sul, o comentário social sobre a desigualdade de 'Parasita' é tão universal quanto magistralmente apresentado pelo diretor Bong Joon-ho ('Okja'), auxiliado por um elenco cujas performances são realmente dignas de nota. O cineasta sul-coreano consegue nos envolver com uma história eletrizante e cheia de adrenalina, que brinca com todas as expectativas de ser uma sátira social divertida e de humor ácido. Todas as reviravoltas inesperadas da trama, bem como sua conclusão chocante, fazem deste um longa-metragem que o deixará pensando por muito após os créditos finais. No Globo de Ouro, levou o ouro na categoria de melhor filme em língua estrangeira, além de ser indicado para melhor direção e melhor roteiro.