‘The Last of Us’: episódio 3 tem cenas inéditas, tom romântico e dramático ‘The Last of Us’: episódio 3 tem cenas inéditas, tom romântico e dramático

‘The Last of Us’: episódio 3 tem cenas inéditas, tom romântico e dramático

Confira a crítica do episódio 3 de ‘The Last of Us’, exibido no domingo, 29, na HBO. Estrelado por Nick Offerman como Bill e Murray Bartlett como Frank, é o melhor episódio até então.

30 de janeiro de 2023 00:00
- Atualizado em 27 de junho de 2023 19:34

The Last of Us, série de sucesso da HBO, apresentou neste domingo, 29, um de seus melhores episódios até então. O Filmelier teve acesso antecipado aos capítulos e podemos afirmar que o episódio 3 – intitulado ‘Long Long Time’ (‘Muito Muito Tempo’, na tradução para o português) – é, de fato, o mais completo até agora.

As cenas são repletas de cenários visuais impactantes, cada vez mais parecido com o jogo – especialmente o figurino de Joel (Pedro Pascal) e Ellie (Bella Ramsey). Uma mudança em relação aos episódios anteriores é o fato de que a série expande a história do jogo e traz cenas e elementos inéditos ao longo de todo o capítulo.

Confira abaixo a crítica e recap do episódio deste domingo, 29, de ‘The Last of Us’. Já renovada para a 2ª temporada, a série está disponível na HBO e HBO Max – saiba aqui como assistir online e com opções gratuitas. Leia também as críticas semanais do Filmelier dos episódios de ‘The Last of Us’:

Quem é Bill em ‘The Last of Us’?

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‘The Last of Us’ apresenta o personagem Bill, que é uma excelente adição à obra original do jogo. Ele foi interpretado pelo ator de comédia Nick Offerman, porém, o episódio ‘Long Long Time’ não segue o tom cômico que é comumente associado ao trabalho dele. Ao invés disso, a série deu uma densidade profunda ao personagem de Bill, o que o diferenciou do jogo original e expandiu bastante a história dele. Offerman fez um trabalho primoroso no papel.

Na série, Bill é apresentado como provavelmente a pessoa mais preparada do planeta, tendo criado uma espécie de “aldeia” só para ele, com geradores e outras instalações para sobreviver em um apocalipse zumbi. Ele é desconfiado e durão, mas isso é compreensível, tendo em vista as circunstâncias em que vive.

Nick Offerman como Bill em 'The Last of Us'
Nick Offerman como Bill em ‘The Last of Us’ (Crédito: HBO)

Bill de ‘The Last of Us’ x Ron de ‘Parks and Recreation’, Nick Offerman tem um “tipo de papel”?

Bill tem semelhanças com o personagem Ron Swanson, de ‘Parks and Recreation’, também interpretado por Offerman. Ambos são sobreviventes ásperos e extremamente competentes: Ron Swanson também seria capaz de se virar bem no meio de um apocalipse zumbi causado por fungos. Já foi mostrado como Swanson reagiu à pandemia do coronavírus no episódio especial de reunião de ‘Parks and Recreation’: se isolando em sua cabana na floresta! Não muito diferente de Bill, né?

Apesar de nos perguntarmos se Nick Offerman tem papéis um pouco estereotipados, interpretando sempre o mesmo tipo de personagem, ‘The Last of Us’ faz questão de quebrar esse paradigma com um aprofundamento do personagem Bill.

Série da HBO aposta em representatividade LGBTQIA+ e quebra de expectativa

Acredite se quiser, a partir de 25 minutos de episódio, o capítulo passa de um clima de tensão e suspense para um tom doce e romântico. Para quem não tinha pego as referências do jogo ou prestado atenção na fala de Joel e Ellie em relação a eles, provavelmente ficou esperando uma grande reviravolta resultando em violência. Ou uma na qual Frank traísse a confiança de Bill e contasse a outros sobreviventes sobre a estrutura que tinha ali.

Só que não. O coração endurecido de Bill era só fachada e é finalmente amolecido quando ele conhece Frank – interpretado por Murray Bartlett, conhecido por sua atuação como Armond, o gerente encrenqueiro da 1ª temporada de ‘The White Lotus’.

Nick Offerman e Murray Bartlett interpretaram o casal Bill e Frank em 'The Last of Us', da HBO
Nick Offerman e Murray Bartlett interpretaram o casal Bill e Frank em ‘The Last of Us’ (Crédito: HBO)

As cenas entre os dois provam mais uma vez que ‘The Last of Us’ – tanto o jogo, quando a série – é uma história de personagens, focado em representatividade. Bartley e Offerman entregam atuações primorosas. O roteiro faz questão de mostrar o surgimento de um relacionamento a dois – e a consequente relação de amizade com Joel e Tess, rara na situação de pós-apocalipse. O que começa como algo talvez forçado no enredo, se torna o pilar do episódio, que se estende durante o período de quase 20 anos. Felizmente, os personagens têm um desenrolar menos trágico do que no jogo, conduzido de forma doce e emocionante e deixando muitos elementos nas entrelinhas.

Pedro Pascal faz Joel emotivo e endurecido, tal como em ‘The Mandalorian’

Embora boa parte da trama do episódio seja centrada em Bill e Frank, as cenas entre Joel e Ellie são cruciais para desenvolver o caráter de cada personagem e mostrar como o relacionamento entre eles – e sem Tess (Anna Torv) – se dará a partir daqui. 

Ao descobrir que não só Tess, mas outras pessoas que ele considerava amigos se foram, Pedro Pascal deixa transparecer em sua versão de Joel a emoção de um homem endurecido pela vida, que precisa decidir seguir em frente ou voltar atrás. Tal como em ‘The Mandalorian’ – série do Disney+ também estrelada por Pedro Pascal – o protagonista fica em conflito entre o homem amargurado e a “figura paterna” com uma missão. Em ‘The Last of Us’, ele precisa cuidar de Ellie e também responder às incessantes perguntas da jovem. Foco na explicação da cicatriz do rosto de Joel – cujo tema será expandido mais para frente na temporada.

Pedro Pascal como Joel no episódio 3 de 'The Last of Us', da HBO
Joel de ‘The Last of Us’ e Din Djarin de ‘The Mandalorian’ têm semelhanças, além da atuação de Pedro Pascal, é claro! (Crédito: HBO)

The Last of Us’ é o ‘The Walking Dead’ que deu certo

Durante a jornada de sobrevivência de Joel e Ellie, eles enfrentam a difícil tarefa de lidar com a dor da perda e a pressão da busca por sobrevivência. Ações básicas de buscar suprimentos como absorvente e papel higiênico e tomar banho quente acabam se tornando um luxo no mundo pós-apocalíptico. ‘The Last of Us’ consegue transitar por essas questões sem precisar gastar um episódio inteiro para tanto – nesse quesito, a série da HBO ganha de ‘The Walking Dead’ que, em algumas temporadas, se estendia demais em algumas missões ou focava em personagens desinteressantes. 

Bebendo de fontes como o conteúdo adicional DLC ‘The Last of Us: Left Behind’, a série também faz alusões ao relacionamento de Ellie e Riley quando eles encontram um fliperama com “Mortal Kombat”. Além de levantar os primeiros indícios de debates sobre como o governo “nazista” lidou com a situação na pandemia.

Joel e Ellie em cena do episódio 3 de 'The Last of Us'
Joel e Ellie encontram indícios de um passado brutal, com um governo que teve que lidar com a infecção de forma drástica (Crédito: HBO)

Bella Ramsey apresenta uma Ellie ao mesmo tempo madura e inocente

Em um momento dramático, Ellie se confronta com um zumbi, revelando sua mágoa e raiva em relação ao passado e pessoas que ela perdeu. Bella Ramsey, aliada ao roteiro, traz uma Ellie fascinante. A personagem é ao mesmo tempo madura e inocente. Embora tenha sido forçada a enfrentar dificuldades e situações aterradoras, ainda mantém uma visão ingênua sobre a vida antes da pandemia.

Quando Ellie e Joel acampam na floresta, ela é surpreendida por haver muitos mosquitos ao seu redor. A cena em que ela toca piano na casa de Bill ou quando anda de carro pela primeira vez são outros exemplos de como ela é capaz de encontrar momentos de pureza e alegria, mesmo em um mundo tão sombrio. Essa combinação única de madureza e inocência torna Ellie uma personagem memorável e cativante na série ‘The Last of Us’. Sua jornada é uma reflexão sobre o que é perdido e ganho em um mundo posto à prova pelo apocalipse zumbi.

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