‘The Last of Us’: episódio 2 da série tem cenas de terror e reviravolta “soco no estômago” ‘The Last of Us’: episódio 2 da série tem cenas de terror e reviravolta “soco no estômago”

‘The Last of Us’: episódio 2 da série tem cenas de terror e reviravolta “soco no estômago”

Episódio 2 de ‘The Last of Us’ tem foco em Joel (Pedro Pascal), Ellie (Bella Ramsey) e Tess (Anna Torv); fidelidade com o jogo e cenas de suspense

23 de janeiro de 2023 00:00
- Atualizado em 27 de fevereiro de 2023 11:12

Desde o seu lançamento, em 2013, o videogame ‘The Last of Us’ tem sido elogiado por sua história envolvente, personagens complexos e mundo apocalíptico rico em detalhes. A série da HBO, baseada no jogo da Naughty Dog, felizmente, não é diferente. A produção estrelada por Pedro Pascal (‘The Mandalorian’) e Bella Ramsey (‘Game of Thrones’) traz todos esses elementos para as telinhas, fato que fica ainda mais evidente no episódio 2, intitulado ‘Infected’ (‘Infectados’, na tradução). O capítulo foi ao ar no domingo, 22.

Confira abaixo a crítica do Filmelier para o segundo episódio de ‘The Last of Us’, da HBO.renovada para a 2ª temporada, a série está disponível na HBO e HBO Max – saiba aqui como assistir online e com opções gratuitas. Leia também as críticas semanais do Filmelier dos episódios de ‘The Last of Us’:

Diferenças entre jogo e série ‘The Last of Us’

The Last of Us’ traz paralelos aterrorizantes com a vida real

A pandemia de ‘The Last of Us’ é profundamente trágica mas, ao mesmo tempo, muito real. O foco do episódio 2 da série da HBO está na praga, que é motivada por um fungo existente na vida real. O cenário é ainda mais aterrorizante quando comparado à pandemia do coronavírus, que já se tornou parte das nossas vidas por três anos.

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A sequência inicial do episódio – que mostra o início da infecção em Jacarta, na Indonésia, e a difícil decisão que uma infectologista (Christine Hakim) teve que tomar – expande a história do videogame. A cena é semelhante aos eventos da série ‘Chernobyl’, já que ‘The Last of Us’ também é criada por Craig Mazin, responsável pela produção de ‘Chernobyl’ para a HBO. A partir da cena inicial, nós compreendemos o motivo pelo qual as cidades parecem destruídas e em ruínas – no caso, literalmente bombardeadas.

'The Last of Us' traz Christine Hakim como infectologista que avalia infecção por fungo
‘The Last of Us’ traz Christine Hakim como infectologista que avalia infecção por fungo (Crédito: HBO)

Infecção não é transmitida por esporos

O que de fato diferencia a série ‘The Last of Us’ do jogo que a inspirou são detalhes – pequenos, porém essenciais para a trama. Por exemplo, é revelado neste segundo episódio como é transmitido o fungo que transforma os humanos em seres semelhantes a “zumbis”. Ao contrário de ser por meio de esporos, como no videogame, a infecção é propagada por tentáculos que agem como uma mente coletiva para os infectados – uma referência aos Borgs de Star Trek? Talvez. Foi uma escolha acertada para o enredo e cinematografia? Provavelmente.

Quem são os protagonistas de ‘The Last of Us’?

Episódio focado em Joel, Ellie e Tess traz profundidade das personagens

O episódio abre com um foco total nos personagens Joel (Pedro Pascal), Tess (Anna Torv) e Ellie (Bella Ramsey), dando tempo suficiente para a construção da identidade de cada um deles. Uma das sequências que mais se destacou foi a troca entre Bella Ramsey e Anna Torv (‘Fringe’, ‘Mindhunter’), com Pedro Pascal em segundo plano, taciturno como Joel. Cenas retiradas diretamente do jogo evocam o clima leve e satírico de Ellie, com suas falas “desbocadas” e sutilmente irônicas, que tornam a personagem cativante e genuína.

Bella Ramsey como Ellie no episódio 2 de The Last of Us
Bella Ramsey evoca a ironia de Ellie no episódio 2 da série (Crédito: HBO)

As trocas entre as três personagens destacam a dicotomia “jovem versus velho”, “experiente versus ingênuo”, “adultos tentando se comunicar versus a criança que indaga os ‘porquês'”. A primeira conversa individual entre Joel e Ellie oferece um indício da forma como seu vínculo vai evoluir.

Embora não seja evidente se Joel e Tess são um casal, com essa possibilidade nas entrelinhas, observamos que eles possuem uma ligação que já se desenvolve há muitos anos. Pedro Pascal e Anna Torv conseguem, em um olhar e algumas falas de diálogo, transformar uma DR de casal em uma decisão de vida ou morte, com ele pessimista e ela esperançosa.

Pedro Pascal como Joel no episódio 2 de The Last of Us
Pedro Pascal transmite o jeito taciturno de Joel (Crédito: HBO)

‘The Last of Us’ é terror?

Série da HBO finalmente apresenta atmosfera de filme de terror

Cada aspecto do episódio foi cuidadosamente elaborado para recriar o cenário do apocalipse zumbi. Do hotel ao museu, encontramos uma atmosfera tensa característica de um filme de terror, com destaque para a cena da escada. A trilha sonora contribuiu para a experiência completa de suspense, incluindo o som dos “estaladores”, respirações entrecortadas das personagens e o desespero nos olhos deles.

Cenas de ação apresentam os “estaladores”

A ambientação dos cenários – retirados diretamente do jogo – sejam eles reais ou feitos a partir de efeitos visuais, concedem fidelidade à série da HBO. Nesse episódio extremamente intenso, somos apresentados aos “estaladores” – um tipo mais “avançado” de infectado. A luta entre Joel, Ellie e Tess contra os “zumbis”, e em especial os estaladores, proporcionou uma experiência imersiva, tal como nos jogos, especialmente quando Joel se vê obrigado a se esconder ou recarregar a arma. Foi uma cena cinematográfica em seu ápice, e não por acaso o episódio foi dirigido pelo criador do jogo, Neil Druckmann, o que tornou o capítulo ainda mais fiel e memorável.

Episódio traz cena final polêmica e reviravolta devastadora

Ao prolongar o episódio além do necessário, os criadores introduziram uma reviravolta nos últimos dez minutos, oferecendo um golpe de realidade. Tudo parecia bem, Joel, Ellie e Tess haviam sobrevivido aos “estaladores” e seguiam seu caminho para encontrar os Vagalumes. Só que a antiga máxima se mostra verdadeira aqui: “nada é tão ruim que não possa piorar”. Além do fato de que os Vagalumes não poderiam ajudar Ellie, veio aí o soco no estômago.

O tempo que o episódio leva para construir o vínculo do espectador às personagens faz com que a morte de uma delas seja uma escolha ousada – e devastadora. Ainda que quem jogou o game saberia que isso iria acontecer, é uma surpresa que a sequência apareça tão cedo na série. No entanto, o sacrifício heroico foi ofuscado por um momento fora do tom do capítulo: a adição de um infectado tentando “dominar” a personagem com um beijo acrescentou um elemento de desconforto, nojo e violência desnecessários à cena.

Bella Ramsey e Anna Torv no episódio 2 de 'The Last of Us'
Relação entre Ellie (Bella Ramsey) e Tess (Anna Torv) é bem construída no episódio 2 de ‘The Last of Us’ (Crédito: HBO)

Vale a pena assistir a ‘The Last of Us’?

Considerações finais

‘The Last of Us’, cuja estreia foi uma das mais assistidas da HBO, está fazendo história. Além de elevar ainda mais Pedro Pascal e Bella Ramsey ao estrelato, até agora, apresenta um primor estético e um roteiro bem amarrado. O que torna essa adaptação única é a fidelidade à obra original, trazendo para a tela da TV o mesmo mundo apocalíptico cheio de perigos e personagens complexos. A série consegue, além disso, expandir a narrativa para além do universo do videogame, transmitindo a essência do jogo da Naughty Dog sem ter que recorrer a artifícios forçados. Algumas cenas, contudo, evocam diretamente o estilo típico de jogos, e fazem isso muito bem.

Por um lado, ‘The Last of Us’ tem sido tão parecido com o jogo que não acrescenta muitos elementos novos para os jogadores e fãs do game. Porém, ponto positivo para a série da HBO: mais do que uma adaptação que agrade quem conhece a história, é uma produção muito bem aceita e entendível por quem nunca tinha ouvido falar do jogo da Naughty Dog. Que continue assim!

Assista ao trailer dos próximos episódios de ‘The Last of Us’:

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