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‘The Last of Us’: episódio 2 da série tem cenas de terror e reviravolta “soco no estômago”

Desde o seu lançamento, em 2013, o videogame ‘The Last of Us’ tem sido elogiado por sua história envolvente, personagens complexos e mundo apocalíptico rico em detalhes. A série da HBO, baseada no jogo da Naughty Dog, felizmente, não é diferente. A produção estrelada por Pedro Pascal (‘The Mandalorian’) e Bella Ramsey (‘Game of Thrones’) traz todos esses elementos para as telinhas, fato que fica ainda mais evidente no episódio 2, intitulado ‘Infected’ (‘Infectados’, na tradução). O capítulo foi ao ar no domingo, 22.

Confira abaixo a crítica do Filmelier para o segundo episódio de ‘The Last of Us’, da HBO.renovada para a 2ª temporada, a série está disponível na HBO e HBO Max – saiba aqui como assistir online e com opções gratuitas. Leia também as críticas semanais do Filmelier dos episódios de ‘The Last of Us’:

Diferenças entre jogo e série ‘The Last of Us’

The Last of Us’ traz paralelos aterrorizantes com a vida real

A pandemia de ‘The Last of Us’ é profundamente trágica mas, ao mesmo tempo, muito real. O foco do episódio 2 da série da HBO está na praga, que é motivada por um fungo existente na vida real. O cenário é ainda mais aterrorizante quando comparado à pandemia do coronavírus, que já se tornou parte das nossas vidas por três anos.

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A sequência inicial do episódio – que mostra o início da infecção em Jacarta, na Indonésia, e a difícil decisão que uma infectologista (Christine Hakim) teve que tomar – expande a história do videogame. A cena é semelhante aos eventos da série ‘Chernobyl’, já que ‘The Last of Us’ também é criada por Craig Mazin, responsável pela produção de ‘Chernobyl’ para a HBO. A partir da cena inicial, nós compreendemos o motivo pelo qual as cidades parecem destruídas e em ruínas – no caso, literalmente bombardeadas.
‘The Last of Us’ traz Christine Hakim como infectologista que avalia infecção por fungo (Crédito: HBO)

Infecção não é transmitida por esporos

O que de fato diferencia a série ‘The Last of Us’ do jogo que a inspirou são detalhes – pequenos, porém essenciais para a trama. Por exemplo, é revelado neste segundo episódio como é transmitido o fungo que transforma os humanos em seres semelhantes a “zumbis”. Ao contrário de ser por meio de esporos, como no videogame, a infecção é propagada por tentáculos que agem como uma mente coletiva para os infectados – uma referência aos Borgs de Star Trek? Talvez. Foi uma escolha acertada para o enredo e cinematografia? Provavelmente.

Quem são os protagonistas de ‘The Last of Us’?

Episódio focado em Joel, Ellie e Tess traz profundidade das personagens

O episódio abre com um foco total nos personagens Joel (Pedro Pascal), Tess (Anna Torv) e Ellie (Bella Ramsey), dando tempo suficiente para a construção da identidade de cada um deles. Uma das sequências que mais se destacou foi a troca entre Bella Ramsey e Anna Torv (‘Fringe’, ‘Mindhunter’), com Pedro Pascal em segundo plano, taciturno como Joel. Cenas retiradas diretamente do jogo evocam o clima leve e satírico de Ellie, com suas falas “desbocadas” e sutilmente irônicas, que tornam a personagem cativante e genuína.
Bella Ramsey evoca a ironia de Ellie no episódio 2 da série (Crédito: HBO)
As trocas entre as três personagens destacam a dicotomia “jovem versus velho”, “experiente versus ingênuo”, “adultos tentando se comunicar versus a criança que indaga os ‘porquês'”. A primeira conversa individual entre Joel e Ellie oferece um indício da forma como seu vínculo vai evoluir. Embora não seja evidente se Joel e Tess são um casal, com essa possibilidade nas entrelinhas, observamos que eles possuem uma ligação que já se desenvolve há muitos anos. Pedro Pascal e Anna Torv conseguem, em um olhar e algumas falas de diálogo, transformar uma DR de casal em uma decisão de vida ou morte, com ele pessimista e ela esperançosa.
Pedro Pascal transmite o jeito taciturno de Joel (Crédito: HBO)

‘The Last of Us’ é terror?

Série da HBO finalmente apresenta atmosfera de filme de terror

Cada aspecto do episódio foi cuidadosamente elaborado para recriar o cenário do apocalipse zumbi. Do hotel ao museu, encontramos uma atmosfera tensa característica de um filme de terror, com destaque para a cena da escada. A trilha sonora contribuiu para a experiência completa de suspense, incluindo o som dos “estaladores”, respirações entrecortadas das personagens e o desespero nos olhos deles.

Cenas de ação apresentam os “estaladores”

A ambientação dos cenários – retirados diretamente do jogo – sejam eles reais ou feitos a partir de efeitos visuais, concedem fidelidade à série da HBO. Nesse episódio extremamente intenso, somos apresentados aos “estaladores” – um tipo mais “avançado” de infectado. A luta entre Joel, Ellie e Tess contra os “zumbis”, e em especial os estaladores, proporcionou uma experiência imersiva, tal como nos jogos, especialmente quando Joel se vê obrigado a se esconder ou recarregar a arma. Foi uma cena cinematográfica em seu ápice, e não por acaso o episódio foi dirigido pelo criador do jogo, Neil Druckmann, o que tornou o capítulo ainda mais fiel e memorável.

Episódio traz cena final polêmica e reviravolta devastadora

Ao prolongar o episódio além do necessário, os criadores introduziram uma reviravolta nos últimos dez minutos, oferecendo um golpe de realidade. Tudo parecia bem, Joel, Ellie e Tess haviam sobrevivido aos “estaladores” e seguiam seu caminho para encontrar os Vagalumes. Só que a antiga máxima se mostra verdadeira aqui: “nada é tão ruim que não possa piorar”. Além do fato de que os Vagalumes não poderiam ajudar Ellie, veio aí o soco no estômago. O tempo que o episódio leva para construir o vínculo do espectador às personagens faz com que a morte de uma delas seja uma escolha ousada – e devastadora. Ainda que quem jogou o game saberia que isso iria acontecer, é uma surpresa que a sequência apareça tão cedo na série. No entanto, o sacrifício heroico foi ofuscado por um momento fora do tom do capítulo: a adição de um infectado tentando “dominar” a personagem com um beijo acrescentou um elemento de desconforto, nojo e violência desnecessários à cena.
Relação entre Ellie (Bella Ramsey) e Tess (Anna Torv) é bem construída no episódio 2 de ‘The Last of Us’ (Crédito: HBO)

Vale a pena assistir a ‘The Last of Us’?

Considerações finais

‘The Last of Us’, cuja estreia foi uma das mais assistidas da HBO, está fazendo história. Além de elevar ainda mais Pedro Pascal e Bella Ramsey ao estrelato, até agora, apresenta um primor estético e um roteiro bem amarrado. O que torna essa adaptação única é a fidelidade à obra original, trazendo para a tela da TV o mesmo mundo apocalíptico cheio de perigos e personagens complexos. A série consegue, além disso, expandir a narrativa para além do universo do videogame, transmitindo a essência do jogo da Naughty Dog sem ter que recorrer a artifícios forçados. Algumas cenas, contudo, evocam diretamente o estilo típico de jogos, e fazem isso muito bem. Por um lado, ‘The Last of Us’ tem sido tão parecido com o jogo que não acrescenta muitos elementos novos para os jogadores e fãs do game. Porém, ponto positivo para a série da HBO: mais do que uma adaptação que agrade quem conhece a história, é uma produção muito bem aceita e entendível por quem nunca tinha ouvido falar do jogo da Naughty Dog. Que continue assim!

Assista ao trailer dos próximos episódios de ‘The Last of Us’:

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Vitória Pratini

Jornalista especializada em filmes, séries e cultura pop há 8 anos, Vitória Pratini já foi publicada no AdoroCinema, IGN Brasil, Terra e MSN. Hoje, é Estrategista de Conteúdo e Redatora do Filmelier.

Escrito por
Vitória Pratini

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