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Oscar 2021: ‘Nomadland’ é o grande vencedor em premiação pulverizada
Em ano atípico por conta da pandemia, o Oscar entrega a estatueta dourada em dois lugares diferentes e com a presença apenas de indicados e apresentadores
Ponto alto da temporada de premiações, o Oscar aconteceu na noite deste domingo, 25, após uma série de atrasos por conta da pandemia do novo coronavírus. Encerrando um ano incerto para o cinema, o Academy Awards enfim consagrou aquelas produções que conseguiram se destacar em tempos tão turbulentos, com um prêmio muito pulverizado entre indicados.
As diferenças no prêmio começaram cedo. Apesar dos premiados receberem a estatueta dourada em carne e osso, grande parte do Oscar não aconteceu no tradicional Dolby Theater. Parte da cerimônia foi feita na estação de trem Union Station, em Los Angeles, com distanciamento entre convidados. Também havia espaços em Paris, Londres, Seoul, dentre outros.
Na abertura, a atriz e cineasta Regina King deu a temperatura da apresentação, falando que foi um ano difícil, mas que o amor pelo cinema ajudou a enfrentar a pandemia de covid-19. Além disso, também citou rapidamente os crimes cometidos por policiais em Minneapolis. Foi lá que George Floyd, homem negro, foi morto por um policial branco.
O momento mais emocionante foi o discurso de Thomas Vinterberg, pela vitória por ‘Druk: Mais uma Rodada‘, em Filme Internacional. Sua filha morreu no início das gravações do longa. Segundo ele, a filha já tinha lido o roteiro de seu novo filme e estava animada para acompanhar as gravações. O diretor relembrou que o ‘Druk’ é celebração à vida. Ponto alto do Oscar.
Surpresas e certezas do Oscar
Algumas surpresas aconteceram no início da premiação: ‘Bela Vingança’, de Emerald Fennell, e ‘Meu Pai’, de Christopher Hampton e Florian Zeller, ganharam Roteiro Original e Adaptado, respectivamente. A grande surpresa ficou com o prêmio para Anthony Hopkins por seu papel em ‘Meu Pai’, na categoria de Melhor Ator. Desbancou Chadwick Boseman. Mas as grandes surpresas param por aí. ‘Nomadland’ confirmou favoritismo em Direção, Filme e Atriz para Frances McDormand. Nos outros prêmios por atuação, poucas novidades. Daniel Kaluuya levou o Oscar em Ator Coadjuvante por ‘Judas e o Messias Negro’, enquanto o prêmio de Atriz Coadjuvante ficou para Yuh-Jung Youn, por ‘Minari’. ‘Soul’ ganhou Melhor Animação e Trilha Sonora; e ‘Professor Polvo’, Melhor Documentário.
Em categorias técnicas, ‘A Voz Suprema do Blues’ confirmou o favoritismo em Cabelo e Maquiagem e Figurino, ‘O Som do Silêncio’ em Som e Edição, ‘Tenet’ em Efeitos, ‘Mank’ em Direção de Arte e Fotografia. Nos curtas, ‘Colette’ surpreendeu em Documentário, mas ‘Dois Estranhos’ e ‘Se Acontecer Algo… Te Amo’ seguiram o protocolo e levaram nas categorias.
Oscar pulverizado
Já pensando em números, na corrida dos estúdios, produtoras e distribuidoras, a Netflix reinou absoluta. Líder de indicações na noite, responsável por 35 dos indicados, a empresa de streaming arrebatou sete prêmios. Disney, que também é a “dona” dos prêmios da Pixar, Hulu e 20th Century Studios, ficou com cinco estatuetas. A Warner Bros., três prêmios. Apesar de ser um número baixo quando comparado com as 35 indicações que recebeu, o desempenho da Netflix só comprova que o streaming está ganhando terreno cada vez mais na temporada de premiações — ainda mais em tempos de distanciamento e cinemas fechados. É o recorde de prêmios do streaming, superando as quatro estatuetas que recebeu em 2019. Só não conseguiu ainda deixar sua marca na categoria principal da noite, de Melhor Filme. Neste ano, apesar de dois indicados, nem passou perto. Enquanto isso, os filmes ficaram pulverizados neste Oscar. ‘Nomadland’, com três vitórias, é o grande vencedor da noite. Logo em seguida, vários filmes levaram duas estatuetas para casa: ‘Meu Pai’, ‘Mank’, ‘O Som do Silêncio’, ‘Judas e o Messias Negro’, ‘Soul’ e ‘A Voz Suprema do Blues’.
Marcas da premiação
Dessa forma, no final, ficam algumas lembranças. Primeiramente, as mudanças promovidas por Steven Soderbergh, diretor da cerimônia, com mudanças bruscas na forma de conduzir a entrega das estatuetas. A categoria de Melhor Filme, por exemplo, foi antes de Melhor Ator e Melhor Atriz. Além disso, a estranheza pela premiação enxuta na Union Station. No entanto, o grande marco aqui é a boa diversidade no Oscar deste ano. Chloé Zhao é apenas a segunda mulher a levar o Oscar de Melhor Direção. Com sua vitória, também temos uma sequência extraordinária de cineastas estrangeiros, de língua não-inglesa, vencendo o Oscar desde 2012 — apenas Damien Chazelle quebra esse bom desempenho internacional, em 2017. Mostra, mesmo depois da vitória arrasadora de ‘Parasita’ em 2020, que o Oscar continua buscando trazer diversidade à premiação — talvez por conta das boas mudanças nos votantes, cada vez mais diversos e espalhados pelo mundo. Ainda há erros de percurso a serem corrigidos, claro. Mas ter filmes provocativos nos holofotes, como o próprio ‘Nomadland’, é recompensador.
Os vencedores do Oscar 2021:
Quando disponível, clique nos títulos dos filmes para saber mais – incluindo onde assistir.