Top 10 lançamentos de maio de 2020

Considerado por muitos como "a Xuxa do YouTube", com o seu enorme apelo entre as crianças, Luccas Neto continua mais produtivo que os grandes estúdios de Hollywood - este é nada menos que o sétimo filme longa-metragem do youtuber. Dessa vez, a história expande ainda mais a meta-linguagem dessas produções, com Luccas e Gi curtindo a fama conquistada na internet enquanto são obrigados a enfrentar dois elfos que querem vingança por conta dos eventos de 'Luccas Neto em: O Fim do Natal'. Com novas músicas, que certamente vão divertir os fãs, este é uma boa pedida para assistir em família. [-]

Inspirado nas experiências reais do diretor e roteirista Jason Cabell, ex-oficial da marinha e integrante da Agência Anti-Drogas na Colômbia, ‘Na Rota do Tráfico’ é mais um daqueles típicos filmes vistos na carreira do astro Nicolas Cage nos últimos anos -- o chamado cinema ‘cageniano’. As tramas muitas vezes são absurdas, os atores coadjuvantes são fracos e inexperientes e nada faz muito sentido. No entanto, para quem gosta deste tipo de filme, é como encontrar um galão de água no meio do deserto. Afinal, Cage atua em sua essência, com cenas intensas e que extrapolam a realidade. Laurence Fishburne atua como a reserva moral do longa-metragem, mantendo alguma sanidade em meio a tantas cenas que vão além do óbvio. Assim, ‘Na Rota do Tráfico’ é um filme de ação para embarcar na ideia, se divertindo e disposto a deixar de lado absurdos de direção e de roteiro. Afinal, o que vale aqui é a experiência como um todo e o novo passo na carreira de Cage. [-]

Com o subgênero já consolidado, pode-se dizer que filmes de zumbis contam com três vertentes. De um lado, aquelas histórias que usam os zumbis como meio de crítica, social e política, e que vai além de uma mera diversão. É o caso de ‘Despertar dos Mortos’ e ‘A Noite dos Mortos-Vivos’. No meio, filmes que privilegiam a ação e o thriller e que atingem o grande público, como ‘Invasão Zumbi’ e ‘Guerra Mundial Z’. Por fim, há o cinema trash. É o caso de ‘Zona de Quarentena’, produção britânica dirigida por Chee Keong Cheung (do terrível ‘Bodyguard: A New Beginning’) sobre um grupo de resgate numa região afetada por um apocalipse zumbi. Aqui, nada faz sentido, nada é bem feito e pouca coisa empolga realmente. No entanto, quem quer uma produção Z para rir de bizarrices e de histórias sem pé nem cabeça, vai encontrar diversão garantida aqui. Afinal, é um filme feito pra isso. [-]

Com um clima de ação dos anos 1980, ‘Banho de Sangue’ é daquelas produções trash do gênero. A maquiagem não é muito bem feita, o roteiro é cheio de furos e as atuações de John Cusack (‘2012’) e Taye Diggs (‘Chicago’) estão totalmente no automático. Ainda assim, o diretor Wes Miller (do recente ‘Inferno na Fronteira’) consegue se recuperar desses danos e usar os problemas a seu favor. Afinal, ‘Banho de Sangue’ é daqueles longas que sabem de suas limitações e brincam com isso, gerando uma diversão livre, leve e solta. Para isso, porém, é preciso que o público embarque na ideia e não ligue para esses defeitos que pipocam ao longo dos 94 minutos de duração. Sem dúvidas, será um entretenimento simples, pouco memorável, mas que pode servir pra passar o tempo e, talvez, se empolgar. [-]

amor em tempos que o celular quebra barreiras, mas acaba aumentando a distância com quem está mais perto de nós. Dirigido pelo experiente Cédric Klapisch (de bons filmes, como ‘Albergue Espanhol’ e ‘O Enigma Chinês’), ‘Encontros’ é um longa-metragem que não deixa os créditos subirem sem arrancar um sorriso do público. Ou até mesmo um suspiro, daqueles mais sentimentos e entregues em tramas românticas. Afinal, por mais convencional que seja a trama, emociona e faz suspirar pelo casal vivido por François Civil (nova sensação do cinema francês) e Ana Girardot (‘Escobar’). Basta estar no clima ideal. [-]

‘A Chance de Fahim’ é um filme francês dirigido por Pierre-François Martin-Laval (do divertido ‘Os Professores’), que equilibra a emoção das partidas de xadrez jogadas pelo pequeno protagonista enquanto vive os dramas de uma família refugiada na França. A participação de Gerard Depardieu como um professor obstinado abrilhanta ainda mais o longa-metragem. E no final, nessa mistura de ‘A Rainha de Katwe’, ‘O Dono do Jogo’ e ‘Dheepan: O Refúgio’, encontra-se um filme sensível e delicado sobre novos caminhos a serem traçados e possibilidades vistas no esporte -- seja ele qual for. [-]

Um dos melhores e mais curiosos filmes de 2019, ‘O Paraíso Deve Ser Aqui’ é uma comédia totalmente fora dos padrões. Dirigido, roteirizado e protagonizado por Elia Suleiman, o longa-metragem se propõe a fazer uma única coisa: traçar paralelos entre a Palestina com outros países, como França e Estados Unidos. A partir disso, Suleiman mostra como o mundo enxerga seu país de origem de maneira estereotipada, enquanto lugares “mais civilizados” fazem coisas brutais e não são condenados por isso. É delicado, é íntimo e, sobretudo, traz um humor inteligente que se vale dos silêncios e da própria miséria humana para produzir riso, numa mistura do cinema francês com Charlie Chaplin. Recebeu menção especial do júri no Festival de Cannes. [-]

O primeiro ‘Bad Boys’, lançado em 1995, tem a sua importância: além de ter sido o primeiro longa-metragem dirigido pelo tão amado quanto odiado Michael Bay, foi o responsável por alçar Will Smith ao posto de herói de ação (até então, o ator era mais conhecido pelo sitcom ‘Um Maluco no Pedaço’). Depois de 25 anos, Smith e seu companheiro de franquia, Martin Lawrence, retornam em uma história que tenta brincar justamente com a passagem de tempo – trazendo temas como aposentadoria e família. Agora, o roteiro está longe de ser minimamente inovador e lembra muito outro filme recente de Will Smith, ‘Projeto Gemini’. Ok, por mais que fique devendo a pretensa profundidade do citado filme, ‘Bad Boys Para Sempre’ se aproveita do subgênero de buddy cops para ser um divertido passatempo. [-]

Com uma carreira já consolidada, o cineasta francês Michel Ocelot já tem uma marca registrada: traços simples, sem grandes elaborações, marcados em cenários coloridos. Foi assim em ‘Kiriku e a Feiticeira’, em ‘Príncipes e Princesas’ e, agora, em ‘Dilili em Paris’. Aqui, porém, a ambição do diretor vai além: os cenários são fotografias de Paris, onde se passa a trama, com pequenas alterações animadas para adaptar a cidade de hoje com dias do passado. A partir disso, como numa espécie de ‘Meia Noite em Paris’, a pequena protagonista do filme começa a conversar com grandes nomes das artes e das ciências da França para encontrar um grupo de criminosos. É um filme inocente, quase demais, que deve funcionar para pais e filhos. Afinal, por um lado, os mais velhos vão se divertir ao ver e identificar personalidades francesas. Já os menores devem se encantar com a jovem Dilili e, ainda, encontrar uma produção que vai além do status quo do público infantil hoje em dia. [-]

O cinema italiano já produziu diamantes cinematográficos como ‘A Doce Vida’, ‘Cinema Paradiso’ e ‘Ladrões de Bicicleta’. Em ‘Noite Mágica’, novo filme do diretor Paolo Virzì (do interessante ‘A Primeira Coisa Bela’), há uma celebração desse cinema do passado e de seus clássicos. Com um trio de personagens levemente detestáveis e que trafegam nos bastidores do cinema italiano, é possível reviver algumas magias e surpresas que essa arte deixou num tempo distante -- uma experiência parecida com o que ‘Meia Noite em Paris’ ou ‘Dilili em Paris’ propuseram, por exemplo. Vai embarcar na ideia, claro, quem tem alguma admiração pelo cinema italiano clássico e para quem gosta de viajar nesses bastidores que povoam a imaginação de cinéfilos por aí. Quem não se encaixa nem em um grupo, nem em outro deve se entediar, principalmente pela falta de empatia dos protagonistas. [-]